Viagens

4.º Festival das Artes

A VIAGEM NO FESTIVAL DAS ARTES 

Depois da Noite, a Água e as Paixões, este ano o Festival das Artes poderia ter ocorrido sobre o tema da Tempestade, Revolta ou até Tragédia. Com efeito, a surpresa da falta de apoio da Secre-taria de Estado do Turismo para este ano, apoio que foi essencial nos três primeiros anos, poderia ter levado ao cancelamento do Festival. Mas a vontade dos nossos amigos (agora reunidos na Liga dos Amigos do Festival das Artes amigosfartes@gmail.com), a generosidade de muitos dos artistas, grupos convidados e fornecedores que aceitaram reduzir os seus honorários e preços, a força dos nossos mecenas, a criatividade e perseverança da Direcção e da Produção Executiva, e em especial o acréscimo de apoios da CGD e da Câmara Municipal de Coimbra, fizeram o milagre: o 4º Festival das Artes aqui está com um programa, ao nível dos anteriores, que podem ver mais em detalhe no site www.festivaldasartes.com

E, de novo, vamos poder usufruir deste enquadramento paisagístico deslumbrante, num local em que a História de Portugal se sente.

O Festival das Artes de Coimbra está consolidado como um dos momentos de excelência no panorama cultural português; essa a nossa missão que vamos tentar continuar a cumprir.Este ano o tema é “Viagens”, em parte motivado pelo facto de se cumprirem 440 anos sobre a edição dos “Lusíadas” de Luís Camões, afinal a descrição da viagem dos portugueses na História e em concreto até à Índia. Por isso quero agradecer aos artistas que nos honram, aos mecenas que continuam a acreditar em nós, aos meios de comunicação social, aos programadores, aos amigos do Festival e a todos os que com muita generosidade e dedicação permitem, com pouco dinheiro, dar-vos um festival que já tem nível internacional e que começa a poder ombrear com o que de melhor se faz no belíssimo Verão português. E também agradecemos a todos vós, os milhares que nos honram com a vossa presença nos vários eventos.

Uma última palavra é devida para um excepcional intérprete e compositor, que era o símbolo da aliança de todas as formas de música e de uma nova geração de músicos portugueses: Bernardo Sassetti. Foi ele quem (com Mário Laginha) inaugurou, em 2008, o Anfiteatro Colina de Camões, na Quinta das Lágrimas, compondo para esse dia o belíssimo “Lágrimas” e esteve connosco nos anos seguintes, em momentos sublimes.

Durante o Festival iremos prestar-lhe a homenagem que exprime a nossa eterna gratidão. E, onde estiver, sabemos que o nosso querido Amigo Bernardo vai inspirar-nos a que possamos continuar esta nossa viagem cultural por muito e bons anos.

 

José Miguel Júdice
(Presidente da Direcção do Festival das Artes)