24 de Julho

Ciclo da Música

21h00

PREÇO: 25€
ANFITEATRO COLINA DE CAMÕES

CONCERTO DE ENCERRAMENTO DO PALCO DO ANFITEATRO COLINA DE CAMÕES

ORQUESTRA GULBENKIAN E ARTUR PIZARRO

“As Pátrias Musicais de Grieg e Vianna da Motta

José VIANA DA MOTA (1868-1948)
Sinfonia op.13 “À Pátria” (1895)

I. Allegro eroico
II Adagio molto
III Vivace
IV Andante lugubre – Allegro agitato (Decadência – Luta – Ressurgimento)

José VIANA DA MOTA (1868-1948)
Balllada para piano solo op.16 (1905)

Edvard GRIEG (1843-1907)
Concerto para piano e orquestra em lá menor op. 16 (1868)

I Allegro molto moderato
II Adagio
III. Allegro moderato molto e marcato – Quasi presto – Andante maestoso

Artur Pizarro  piano
José Eduardo Gomes  direcção musical

Concerto integrado nas Comemorações dos 500 anos de Camões, com o apoio da Universidade de Coimbra

BILHETES

“Nas notas que escreveu (em 2000) para acompanhar a sua gravação de obras de Viana da Motta (nº 24 da série dedicada pela Hyperion ao “romantic piano concert”), Artur Pizarro evoca, a propósito da Ballada op.16 (que ouviremos no tempo di mezzo do nosso concerto) uma afirmação de Walter Niemann que, no livro Meister des Klaviers (1919), se refere ao autor da Sinfonia “À Pátria” como “o Grieg português”.

Afirmações como estas podem ser mais ou menos produtivas, mas admitem sempre um contraditório. Em relação ao presente concerto, permitem-nos, no entanto, desde logo iluminar a coerência discursiva de um programa que, com a participação preciosa do mesmo Pizarro, conjuga um dos mais bem-amados concertos para piano do século XIX (escrito no fim dos anos 60) ─ o concerto em lá menor, op.16, obra fulgurante do jovem Grieg ─ com a obra-prima raramente ouvida de Viana da Motta, escrita vinte anos mais tarde ─ a sinfonia em lá maior op.13 (iluminada por epígrafes de “Os Lusíadas”), na qual o Autor retoma vigorosamente (quase setenta anos depois) o caminho aberto por Bomtempo (tanto nas sinfonias quanto no Requiem), ao mesmo tempo que (com a promessa embora de um “ressurgimento”) interpela o tempo de “austera, apagada e vil tristeza” (o contexto de “decadência” e de “luta”) experimentado pela pátria portuguesa na sequência do Ultimatum inglês.

Um programa que se cumpre sob a sombra tutelar de Liszt? É inevitável reconhecê-lo.

O que não significa apenas recordar a luminosa cadeia de mestres-discípulos em que Pizarro se inscreve (a qual, através de Sequeira Costa e de Viana da Motta, nos reconduz ao próprio Liszt…).

O que significa também reconhecer a herança de um discurso musical inconfundível , tão presente na escrita pianística e no pitoresco orquestral do concerto (que Liszt entusiasticamente acolheu) quanto na síntese de organicidade sinfónica e de inteligibilidade programática que a sinfonia inspiradamente manifesta… e que a torna assim uma irmã mais jovem das geniais Sinfonia Fausto e Sinfonia Dante (ainda que mais próxima da herança de Mendelssohn e de Schumann do que das promessas da “música do futuro”).

Sem esquecer, por fim, a dimensão nacionalista, que no Grieg do concerto (com os seus irresistíveis padrões rítmicos e harmónicos de Hallingdansen) é ainda privilegiadamente “inventio” (sem incorporação de melodias norueguesas autênticas), mas que no Viana da Motta de “À Pátria” é já plena assimilação, nomeadamente no scherzo: neste terceiro andamento emergem na verdade (com irresistível frescura, se não pré-mahleriana ironia) “As Peneiras” de Viseu e o “Folgadinho” da Figueira da Foz… Quanto à Balada op.16, na qual Pizarro reconhece “o trabalho para piano (…) mais maduro” de Viana da Motta, também são duas as canções populares assimiladas (“Tricana de Aldeia”, iluminada numa sequência de variações, e “Avé Maria”, a dominar a memorável coda). “

José Manuel Aroso Linhares, direcção musical do Festival das Artes QuebraJazz

Artur Pizarro iniciou os seus estudos em Portugal com a sua avó materna, a pianista Berta da Nóbrega e com o Prof. Campos Coelho.

Foi com Sequeira Costa que Artur Pizarro desenvolveu os seus dotes técnicos e musicais que lhe permitiram vencer em 1990 o Concurso Internacional de Piano de Leeds. Desde então Artur Pizarro tem sido convidado pelas principais orquestras e salas de concerto por todo o mundo.

Recentemente gravou em CD com as Orquestras Sinfónicas de Bamberg e Wuppertal, com Maestros como Julia Jones e Thomas Rösner, a solo e também em duo e dueto de piano com Ludovico Troncanetti e Rinaldo Zhok.

Apresentações recentes levaram Artur ao Brasil com a Orquestra de Minas Gerais dirigida por Lígia Amadio, recital no Teatro Colón em Buenos Aires, recital e masterclasses em Seattle nos EUA, recital em Neuss e a estreia mundial do terceiro concerto para piano e orquestra de Marc-Aurel Floros em Kaiserslautern na Alemanha.

Futuros projectos incluem uma tournée na China apresentando repertório de musica de câmara de compositores portugueses, concerto na Casa da Música no Porto, apresentação dum novo CD no CCB em Lisboa, e recitais a solo na temporada inaugural da nova Bechstein Hall em Londres e em Innsbruck na Áustria.

José Eduardo Gomes foi recentemente laureado com o 1.º prémio no European Union Conducting Competition, tendo ganho igualmente o Prémio Beethoven no mesmo concurso. É Professor na Escola Superior de Música de Lisboa, onde trabalha com as várias orquestras. Foi maestro titular da Orquestra Clássica do Centro, maestro associado da Orquestra Clássica do Sul, maestro titular da Orquestra Clássica da FEUP, professor na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), maestro titular do Coro do Círculo Portuense de Ópera e maestro principal da Orquestra de Câmara de Carouge (Suíça).

Iniciou os estudos de clarinete em V. N. Famalicão, sua cidade natal, na Banda de Música de Famalicão. Prosseguiu-os na ARTAVE e na ESMAE, onde se formou na classe de António Saiote, tendo recebido o Prémio Fundação Eng.º António de Almeida. Mais tarde, frequentou a Haute École de Musique de Genève (Suíça), estudando direcção de orquestra com Laurent Gay e direcção coral com Celso Antunes.

José Eduardo Gomes é membro fundador do Quarteto Vintage e do Serenade Ensemble. Foi laureado em diversos concursos, destacando-se o Prémio Jovens Músicos (categorias de clarinete e música de câmara) e o Concurso Internacional de Clarinete de Montroy (Valência). É igualmente laureado do Prémio Jovens Músicos, na categoria de direcção de orquestra, onde recebeu também o prémio da orquestra.

Nos últimos anos, tem sido convidado para trabalhar com as principais orquestras portuguesas, actuando nos mais destacados festivais de música portugueses com solistas como Maria João Pires, Diemut Poppen, Sebastian Klinger, Bruno Giuranna, Artur Pizarro, Natalia Pegarkova, Adriana Ferreira, entre outros. Na temporada 2022/23, teve concertos em Portugal, França, Bulgária e Hungria.

Participou em produções de óperas como Don Giovanni e Così fan tutte (Mozart), Lo Speziale (Haydn), e La Donna di Genio Volubile (Marcos de Portugal), e Os Noivos de Francisco de Noronha. Recentemente foi director musical da nova produção da Companhia Nacional de Bailado, Alice no País das Maravilhas, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Foi igualmente Diretor Musical da ópera “Blimunda”, de A. Corghi com libreto de José Saramago, numa nova produção do Teatro Nacional de São Carlos.Outra parte importante do seu trabalho é dedicada a orquestras de jovens, um pouco por todo o país. É director artístico da JOF — Jovem Orquestra de Famalicão. Em 2018 foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pela Cidade de V. N. Famalicão.

Este concerto tem o apoio do BPI | Fundação “la Caixa”

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